Ser inquieto é bom, ser comedido não.
A vida inteira eu ouvi que os criativos, os soltos, os extrovertidos podem dominar o mundo. Mas os comedidos devem sentar e assistir o seu mundo ser dominado por esses bufões pouco sinceros e de coração inacessível.
Esquecem-se, na maioria das vezes, que intranquilidade e inquietude não são sinônimos, e que pulga na cueca não se relaciona diretamente com energia e potência... talvez com falta de higiene, mas de forma alguma com disposição.
Existe o mito de que a criança que não quer brincar lá fora é antipática, de que a adolescente que não quer ir ao shopping tá deprimida e de que o adulto que não bebe é um idiota. Existe o mito de que as almas tranquilas são taciturnas, maquiavélicas e cansadas.
Talvez, sem nunca ter amado uma alma tranquila, a maior parte do mundo acredite nisso, e portanto, se tranca num mundo de falsas opiniões sem ver que quem reserva suas energias a introspecção, reserva sua potência ao amor. A todo amor.
Os tranquilos têm tempo de amar com calma, de sentir falta, de sorrir e de enxergar beleza. De fazer bagunça quando sente vontade, de pular na piscina de roupa e de comer chocolate no café-da-manhã: sem culpa, sem remorso.
Eu invejo as almas tranquilas, eu as admiro e de hoje em diante, não nego que as amo.
Como é que eu ainda não estava a seguir este blogue?
ResponderExcluirTambém sou aquele género mais criativo, solto e extrovertido. Mas não nego que tenho um lado tranquilo, só não sei viver com ele!
Mitos fazem-se e desfazem-se, criam-se e como uma linha que é puxada voltam a dissipar-se.
Um abraço.
Se segue agora, já está bom.
ExcluirOs criativos tem seu mérito, eles são sempre os que fazem surgir as conversas e os primeiros risos. Mas é que de um tempo pra cá me encantei pelos comedidos. Daí bateu essa vontade de escrever sobre. (:
Quanto a mim, ando em cima da linha. Quieta de nascença, mas tenho meus momentos.
Me considero uma alma tranquila, e convivo com almas tranquilas, e confesso que às prefiro, desde sempre.
ResponderExcluirGosto sinceramente de vir aqui.
Às vezes acho que os extrovertidos andam sempre procurando por algo que só os tranquilos conseguem achar... Acho que a tranquilidade aproxima o ser humano do "não precisar de nada", e dizem que é daí que vem a verdadeira felicidade... não sei. Toda moeda é formada por dois lados, mesmo que a gente só olhe pra um deles...
ResponderExcluirLindo!
ResponderExcluirMuito bom o texto!
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