quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A histeria, o desejo e a vontade de gitar

-Eu não sei escrever mais nada, não sei falar, perdi a voz que eu mesmo me concedi. E se me perguntam o porque da mudez repentina, eu vou culpar tudo, menos a mim mesma, que resolvi pelo silêncio mesmo quando meu corpo gritava 'ais'. E se a voz já se foi, aos poucos os sonhos vão indo junto, as horas ficam curtas, o escritório passa a ser seu cosmos e a academia te engole tão rápido que em pouco tempo, o ser imaginativo que vivia dentro de você vira, também, um burocrata vestido de terno cinza e pasta alinhada em baixo do braço. 

-Deixa essa voz sair, não é dia de agir como a última histérica da Lapa. Para de fricote e deixa o corpo gritar, se precisar de ajuda pra desentalar o grito, me chama, porque conheço teu corpo tão bem quanto meu piano, e tiro dele as tuas bachianas nem que me leve um mês inteiro. Nem que te suma a voz na rouquidão, mas até lá, esse corpo já terá gritado o suficiente.



3 comentários:

  1. As duas pessoas são o conflito, ou são diferentes? Pergunto porque achei bem interessante a confiança que uma passa pra outra.

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  2. Que maravilhoso tudo aqui!
    Te seguindo já! Sempre estarei aqui.
    Me visite... Deixo um grande abraço.

    Bom fim de semana!

    Dan.

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